A partir de junho deste ano, as associações de criadores de raça do país terão mais liberdade para definir as avaliações genéticas e requisitos mínimos necessários para inscrição de reprodutores em centrais de coleta e processamento de sêmen. A instrução normativa nº 13, de 3 de março de 2020, assinada pela ministra Tereza Cristina, do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), foi publicada hoje no Diário Oficial da União (DOU) e pretende promover ganhos genéticos aos rebanhos brasileiros.
Segundo o jurado da Associação Brasileira de Criadores de Zebu (ABCZ), Carlos Marino, a medida vai dar maior liberdade ao criador para definir qual “caminho genético” pretende seguir. De acordo com ele, “o que a gente percebe é que agora as atribuições vão ser de responsabilidade das associações de raça. Assim, elas terão mais liberdade para estabelecer critérios mínimos. Isso também vai oferecer maior variabilidade de trabalho de seleção dentro das raças, tanto para entidades quanto para criadores,” argumenta.
Ainda conforme Marino, a ampliação dos tipos de avaliação que autorizam a venda de sêmen de reprodutores vão “democratizar a distribuição de genética”. Para ele, “Aamedida vai dar mais oportunidade, mais liberdade para criadores e associações. A avaliação genética é fundamental, mas existem várias outras formas. Ou seja, outros tipos de avaliação para determinar um reprodutor,” explica o jurado.
Somente no ano passado, segundo dados da Associação Brasileira de Inseminação Artificial (ASBIA), foram comercializadas aproximadamente 18 milhões de doses de sêmen no país. A grande maioria produto da raça Nelore, que representa 200 milhões de cabeças e por volta de 80% da toda produção de carne no território brasileiro. Ela é conhecida como melhoradora do rebanho nacional.