Primeira mulher a presidir a Associação Brasileira de Angus, Mariana Franco Tellechea, titular da Cabanha Basca, de Uruguaiana (RS), assume o comando da entidade em 2023 com foco em desenvolver projetos para uma pecuária cada vez mais sustentável no Brasil. A iniciativa passa pela criação de programas de seleção que, além de índices de eficiência produtiva e qualidade de carne, permitam a obtenção de animais que, juntamente com práticas e manejos agropecuários, viabilize uma produção sustentável, regenerativa e que contribua para a conservação do planeta. O trabalho da associação será buscar parcerias com universidades, entidades de pesquisa e poder público no sentido de alcançar o objetivo de que a produção de carne bovina brasileira seja identificada como conservacionista e capaz de gerar créditos de carbono. “É um caminho longo e que exigirá avanços consistentes nos próximos anos”, garante a médica-veterinária.
Liderando chapa de consenso que reuniu pecuaristas de quatro estados brasileiros (RS, SC, PR e SP), Mariana foi eleita durante assembleia na manhã desta quinta-feira (24/11) na sede da Federasul, em Porto Alegre (RS). O criador Ulisses Amaral, da Cabanha Santa Joana, de Santa Vitória do Palmar (RS), será o 1º vice-presidente. A posse ocorrerá em janeiro de 2023, ano em que a Associação Brasileira de Angus completará 60 anos de atividade.
A nova diretoria pretende dar continuidade aos programas exitosos das gestões anteriores que colocaram a Angus na liderança na comercialização de sêmen entre os taurinos, juntamente com programas de melhoramento genético e o mais robusto sistema de certificação de carne de qualidade vigente no país associado a um projeto Sustentabilidade, iniciado na gestão de Nivaldo Dzyekanski (2019-2022). No período, a Associação realizou provas de eficiência alimentar, estabeleceu Parcerias Público-Privadas (PPPs) com a Embrapa e iniciou a medição das emissões de metano. “Nos últimos anos, avançamos em estudos técnicos que colocam a Angus em um novo patamar de seleção.
Implementamos a genômica e deixamos o terreno pronto para que a nova diretoria expanda a busca por uma pecuária cada vez mais sustentável e eficiente”, informa Dzyekanski. Um caminho que deve ter continuidade no próximo biênio. “Queremos que a Angus esteja ao lado dos criadores na certificação desses processos sustentáveis que visam deixar um legado para as próximas gerações por meio de medidas que assegurem a preservação e a continuidade da produção pecuária”, completa Mariana.