Ovinocultura dá sinais de recuperação no RS

A temporada de ovinos chega ao fim com feiras registrando aumento nas vendas

A temporada de ovinos chega ao fim com feiras registrando aumento nas vendas

(Foto: Pixabay/Divulgação)

A ovinocultura já teve destaque na economia do Rio Grande do Sul. O rebanho gaúcho chegou a ter 13 milhões de animais. Hoje, tem menos de quatro milhões. A redução tem origem na década de 1980, época de crise no setor da lã, situação que desmotivou criadores e causou o fechamento de cooperativas. Nos últimos anos, a situação econômica do país atingiu as feiras. Elas perderam patrocinadores e parte do incentivo do poder público. Porém, a valorização da carne de cordeiro e a liquidez da produção tem dado esperança ao setor.

Para o engenheiro agrônomo Edegar Franco, assessor técnico da Associação Brasileira de Criadores de Ovinos (ARCO), pequenos e médios produtores estão voltando a investir. “Ouve aumento de frigoríficos especializados em ovinos, estimulados pela boa remuneração. O objetivo agora é manter a regularidade da oferta.” O quilo da carne de cordeiro está cotado entre R$16 e R$18 no Rio Grande do Sul.

O presidente da Câmara Setorial da Ovinocultura da Secretaria da Agricultura do RS, Roberto Azambuja, diz que os eventos passam por dificuldades devido a falta de patrocínio, mas o setor como um todo está bem. Ele também afirma que o hábito dos pecuaristas gaúchos mudou e isso contribuiu para a queda de rendimento. “Antigamente, tínhamos o comércio  só nas feiras, praticamente. Hoje, estamos vendendo durante o ano inteiro. Quando chega nas feiras o pessoal já vendeu”, diz Azambuja. Ele atribui a diminuição dos rebanhos ao crescimento da cultura da soja na fronteira e também ao abigeato.

Já Edegar Franco vê uma oportunidade para a ovinocultura na expansão da soja no Estado: a integração lavoura-pecuária. Ele diz que o aumento da oferta de animais em feiras revela a entrada de novos criadores no mercado. “Na integração com a soja muitos produtores estão optando em engordar carneiro e não boi, já que o pisoteio é menor, tem ciclo curto e maior liquidez. Em 40 ou 50 dias o animal está pronto”, ressalta o assessor técnico da ARCO.

Por Júlio Prestes | Canal Rural

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