Propriedade no PR é referência por adotar o controle leiteiro
A técnica permite ao produtor identificar os problemas do plantel para traçar soluções
Em Ivaí, na região norte do estado do Paraná, a propriedade rural de Ricardo Alexandre Marques, adotou a técnica de Controle Leiteiro, uma ferramenta que consiste em pesar o leite da ordenha e coletar uma amostra, por animal. A unidade de referência, é assistida pelo Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná – IDR/Paraná
Segundo o zootecnista Raphael Moreira, do IDR – Paraná de Ponta Grossa, a técnica permite conseguir informações como o percentual de gordura e proteína do leite, além de detectar o número de células somáticas (CCS), que podem indicar a ocorrência de infecções do úbere do animal ou o teor de ureia no leite, a mastite. Uma das formas de detectar o problema é por meio da Contagem de Células Somáticas presentes nas amostras de leite.
A propriedade de Ricardo mantém 14 vacas em lactação, numa área de 18,30 hectares e uma produção diária de 400 litros de leite. Desde agosto do ano passado, ela é acompanhada pelo extensionista Marcelo Nass, quando a fazenda produzia cerca de 6 mil litros ao mês. Hoje a receita bruta mensal da atividade no mesmo período do mês produz mais de 12 mil litros.
De acordo com a Instrução Normativa 75, do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, as amostras para o controle leiteiro devem apresentar um índice menor que 500 mil células somáticas por mililitro. A propriedade de Marques vinha se mantendo nesse limite. Mas a cooperativa para a qual o produtor entrega o leite é mais rigorosa e penaliza, com menor preço, o leite com mais de 350 mil células somáticas por mL de leite.
O leite produzido na propriedade tinha um índice de 481 mil células somáticas por mL de leite até agosto de 2021. O controle leiteiro fez esse número cair para 234 mil e o produtor deixou uma situação onde era “penalizado” com um desconto de 4% pelo litro de leite pago mensalmente, que se transformou em “bonificação”.
Para Nass, todo o cuidado do produtor refletiu em um aumento de produção e na exploração de todo o potencial dos animais. “Além disso, o controle leiteiro garantiu um leite de mais qualidade e o produtor passou a receber por isso”, ressaltou.
O zootecnista Raphael Moreira também acredita que em situações de custo de produção elevado, o produtor procura meios para aumentar a eficiência da produção e o controle leiteiro pode ajudar neste aspecto. “Cada centavo faz diferença, mas muitas vezes o produtor acaba por desconhecer esta ferramenta e seus benefícios, deixando de utilizá-la e aplicá-la em sua propriedade”, concluiu o extensionista.
Todas as amostras do leite da propriedade de referência em Ivaí foram analisadas pela Associação Paranaense de Criadores de Bovinos da Raça Holandesa (APCBRH), em Curitiba.